"Sagrada Mãe Yansã,
eu não sei rezar, não sei fazer clamores e muito menos escrever direito, mas eu
venho aqui, de coração falar com a senhora... venho pedir... pra variar... isso
eu sei fazer minha mãe, pedir... venho falar, reclamar, questionar... sou displicente,
sou humano, e sei fazer tudo isso. Eu queria trazer flores para a senhora, mas
escolhi plantá-las e convidá-la para que venha me ver cuidar delas enquanto meu
canto é levado pelo vento. Como um filho rebelde, resolvi sair do caminho só
pra chamar a atenção, e quando a senhora me colocar de volta nele, eu possa
senti-la me tocando, mesmo que seja pelo fio da sua sagrada espada. Peço mãe
dos meus caminhos, que seus raios iluminem as estradas à minha volta, para que
eu tome as melhores direções. Peço que quando o escuro tomar conta dos meus
olhos, a senhora me guie pelo som do brandir de sua espada. E nas batalhas onde
eu não enxergar meus opositores, seus ventos assoprem nos meus ouvidos o que
preciso saber, e me coloque no lugar certo para eu me esquivar dos seus golpes
traiçoeiros. Peço merecer seu amor de guerreira, o carinho de sua espada que
extirpa o que não me serve para nada. E peço também entender os porquês do que
me é bom ou não. Mãe de um amor guerreiro, não precisa me responder nada em
palavras, mesmo porque eu não aprendi a ouvi-las. Só me permita senti-la na
força dos ventos, e tenha certeza, saberei que a senhora está comigo. Se eu
merecer, eu peço minha mãe, que nunca me perca dos seus divinos olhos, porque
sabendo que sou olhada pela senhora, não me sinto sozinha. Eu não sei rezar
minha mãe, eu só sei chamar. Sou eu Mãe Yansã, sou eu que chamo a senhora no
seu dia... sou eu que chamo a senhora nos meus dias. Salve o silêncio do raio,
salve o estrondo do trovão... e salve o poder da ventania."
Eparreeeeeeeeeeei!
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